Desculpe a demora.
Não direi que nunca tenha acontecido, hoje notei claramente. Não há muitas descrições e sim, observações. Todos me olhando com pensamentos implícitos: "Ela é maluca de sentar ali". Eu, louca pra tirar uma sonequinha e ao mesmo tempo insegura. Ele, respeito, mas dizia alto: "Vamo invadir morumbi". Uma cena real: Ônibus relativamente vazio e um lugar no fundo sobrando. Pessoas em pé e aquele lugar sendo cobiçado pelo medo. Uma mãe no meio, abraçada com os dois filhos do lado.
Talvez quisesse atenção: "Minha camisa do Santos, bonita não é?" Olhando em minha direção. Não dei bola, peguei um bloco de anotações e comecei a escrever. Quando se deu por conta, cansou de falar e dormiu. O fato dele ser um senhor negro de uns 40 anos e deficiente, não o torna um ser de outro mundo ou alvo de chacotas. Muito pelo contrário, deve ser respeitado. Tantos olhavam com temor, desigualdade... Parei por aqui! Não quero tantas palavras ruins.
Vejam só o tamanho do preconceito alheio, isso é inadmissível. Mas que raios! Como defendo a igualdade e ignoro um ser humano? O problema era o fato dele estar bêbado. Só notava quem estava perto ou do lado, no caso eu. Isso é triste e mais feio ainda para aqueles que se consideram "normais".
quarta-feira, 14 de abril de 2010
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